Uma nova e polêmica pesquisa afirma que medicamentos usados para tratar resfriados não funcionam de forma efetiva, e são apenas placebo.
Na verdade, produtos que contenham o suposto descongestionante fenilefrina, pode funcionar pior do que um placebo, por conta dos efeitos colaterais desagradáveis, como tremores e boca seca.
“É um placebo”, escreveu Leslie Hendeles, professor de farmácia e pediatria na Universidade da Flórida, nos EUA, em um editorial que acompanhou o estudo, publicado no Jornal de Alergia e Imunologia Clínica do país, em setembro. "Neste momento, as pessoas com um nariz entupido merecem obter um alívio por um medicamento verdadeiramente eficaz".
O estudo foi financiado pela gigante farmacêutica Merck, mas Hendeles não recebeu nenhum financiamento próprio. Não é a primeira vez que a fenilefrina foi mostrada como um componente ineficaz. Segundo o Washington Post, a maioria das drogas são degradadas no intestino e no fígado e saem do sistema antes de entrar na corrente sanguínea.
Um estudo de 2009 colocou 39 pacientes com alergia a grama em um quarto fechado. Em seguida, os cientistas canalizaram o pólen de gramas. As pessoas receberam fenilefrina, uma pílula de açúcar, e um outro descongestionante chamado pseudoefedrina. A fenilefrina teve um efeito igual ao placebo, enquanto a pseudoefedrina foi melhor que ambos”, dizia a matéria.
O enorme mercado de medicamentos para pessoas com doenças respiratórias é estimado em mais de 1 bilhão de dólares em vendas anuais, em 2014, mantendo a Indústria Farmacêutica mais forte no negócio de venda de drogas que, aparentemente, fazem pouco para aliviar o sofrimento.
O problema é o custo e a demanda de fiscalização para um medicamento efetivo. A pseudoefedrina pode ser usada para fazer metanfetamina e está sujeita a regulamentação federal. Por isso que as empresas começaram a usar fenilefrina em seus descongestionantes. De qualquer forma, parece que a melhor maneira de tratar um resfriado simples continua sendo um chá quente e canja de galinha.