Tendemos a usar a palavra “animal” para configurar um comportamento bruto ou irracional, mas os dez fatos abaixo vão te fazer mudar de ideia quanto a escolha desse termo no futuro.
Afinal de contas, os animais podem ser muito mais adoráveis que os seres humanos. Por exemplo:

10. Morcegos-vampiros adoram se abraçar


Você provavelmente não sabe muito sobre os morcegos-vampiros, mas também não deve pensar nada de bom sobre eles. Está enganado.
Esses queridinhos são os quirópteros mais propensos a afagar seus companheiros. Os morcegos-vampiros gostam de ficar de conchinha, abraçadinhos, para fortalecer e manter os laços sociais necessários. Inclusive, eles passam um bom tempo por dia cuidando um do outro: 3,7% do seu tempo acordado é gasto aninhando-se aos amigos e à família. Se fôssemos tão atenciosos quanto os morcegos-vampiros, ficaríamos cerca de 36 minutos fazendo carinho no cabelo dos nossos amigos diariamente.
Esse número não inclui as várias horas que os morcegos tendem a gastar cuidando de si mesmos. Morcegos-vampiros gastam mais horas se limpando do que qualquer outro morcego, sugerindo que seus hábitos de higiene são devido à dinâmica social, e não porque eles são verdadeiros germofóbicos.

9. Rato-da-califórnia e sua monogamia extrema

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Os animais falantes da Disney mostram grande fidelidade aos seus cônjuges, mas o reino animal real é bem diferente. Por lá, monogamia é menos comum. Bom, isso não conta o rato-da-califórnia (Peromyscus californicus), um exemplo dos valores da família tradicional.
Os pesquisadores realizaram uma análise genética de 98 filhotes de 27 famílias. Como já suspeitavam por muitas décadas, o estudo confirmou que cada prole era resultado de seus pais monogâmicos.
Em um experimento decididamente mais cômico, cientistas colocaram um pigmento em fêmeas que passaria para qualquer pretendente masculino durante relações sexuais, revelando se algum macho pulou a cerca. A pesquisa concluiu que os ratos foram fiéis, no entanto. Só que eles não são exatamente uma inspiração para o amor verdadeiro: a monogamia é mais o resultado de controle da mente do que de romance eterno. As fêmeas secretam uma substância química através da urina que obriga os machos pais de seus filhos a ficarem por perto e ajudarem a cuidar dos bebês.

8. Piranhas vegetarianas/frutíferas
Tometes Camunani
Enquanto a maioria das pessoas pensa que todas as piranhas adorariam devorar uma vaca inteira, existe uma variante herbívora recém-descoberta, a Tometes camunani, que subsiste apenas de ervas aquáticas.
Identificada pela primeira vez em 2013, esta piranha vive em corredeiras amazônicas e infelizmente está sendo despejada de seu habitat pelos muitos projetos de construção de represa para explorar o potencial hidrelétrico da Amazônia.
Existem ainda piranhas que amam frutas e comem tudo o que cai das árvores no rio. Esses peixes são uma benção para a Amazônia porque carregam as sementes por vários quilômetros de distância antes de excretá-las de volta para a flora. Eles fazem a dispersão melhor do que quase qualquer outro animal, incluindo símios e pássaros, já que apenas um peixe pode dispersar 700.000 sementes individuais de mais de 20 plantas diferentes de uma só vez.

7. Patola-de-pés-azuis e seu tango


O patola-de-pés-azuis é, no geral, um animal desajeitado sem muitas qualidades – a não ser seus bizarros movimentos de dança.
Para cortejar parceiras, os machos primeiro as presenteiam com um pedaço de pau ou pedra carinhosamente selecionado. Após a aceitação deste dote modesto, eles começam a exibir seus pés maravilhosamente coloridos.
As fêmeas preferem parceiros com pés mais azuis, assim que, para se mostrar, esses bichos há muito aperfeiçoaram um arsenal de movimentos de dança que os seres humanos não descobriram até a era disco. O mais cômico deles é chamado de “apontamento para o céu”, e envolve esticar a cabeça para o céu e estender os braços para longe do corpo, enquanto pula de um pé para outro e assobia como um maníaco. Imperdível.

6. Macacos usam fio dental


Os macacos são muito mais dedicados a higiene dental que a maioria dos seres humanos, porque em diversas ocasiões foram pegos ensinando uns aos outros como usar o fio dental.
Mais recentemente, uma fêmea de um grupo de babuínos do Paignton Zoo, um zoológico no Reino Unido, aprendeu a arrancar cerdas de vassouras para limpar os dentes. Há esperança de que os outros também aprendam com ela, uma vez que costumam observá-la com atenção. Os pesquisadores não têm certeza se a motivação primária dos babuínos é a higiene, porém.
Macacos em Lopburi, na Tailândia, também já foram registrados fazendo algo semelhante. O grupo de 50 animais frequenta um templo budista local e arranca os cabelos de visitantes para usar como fio dental. A parte mais adorável é que, quando os cientistas decidiram usar câmeras para espionar as rotinas de higiene bucal dos macacos, descobriram que as mães passavam o dobro do tempo passando o fio e eram muito mais propensas a repetir a ação se um bebê estivesse presente.

5. Orangotangos imitam seres humanos


Os orangotangos são bons imitadores. Por exemplo, Suriya, um macho que mora na Carolina do Sul, nos EUA, está cuidando de quatro filhotes de tigre. Isso porque observou seres humanos fazendo o mesmo no início deste ano, quando começou a imitá-los e alimentar os filhotes com mamadeiras.
Outro caso de imitação é de Bonnie, um orangotango de 30 anos do Smithsonian National Zoological Park, nos EUA, que pegou o hábito de assobiar de um zelador.
Tem até um orangotango tentando falar. Tilda, do Jardim Zoológico de Colônia, aprendeu a dizer “blah”. Não é algo aleatório, porque Tilda só faz isso na presença de seus cuidadores. Ela também sabe bater palmas e fazer sons de cliques. Esta é uma descoberta revolucionária porque os pesquisadores não acreditavam que orangotangos tinham destreza oral o suficiente para fazer esses ruídos.

4. Ratos cantam

Garden dormouse singing
A arte da música não se limita a seres humanos e aves. Ratos machos também cantarolam para tentar conquistar fêmeas. Eles têm um arsenal musical variado, incluindo “canções de chamada” que são empregadas quando sentem o cheiro de urina feminina. Quando a fêmea aparece, eles trocam a balada.
As fêmeas são conhecidas por retornar o favor, se estiverem a fim. Infelizmente, esses duetos roedores se propagam em intervalos de ultrassom, abaixo do limiar de audição humana.
Outra descoberta dos cientistas é que ratos que cantam juntos eventualmente cooperam para ficar no mesmo tom, produzindo um uníssono adorável. Os animais também apresentam plasticidade musical excepcional e podem aprender novas canções para complementar os clássicos. Anteriormente, os pesquisadores acreditavam que cada rato tinha sua própria canção e sempre a repetia, mas as evidências mostram um nível inesperado de criatividade entre os roedores.

3. Ciclídeos africanos incubam seus bebês na boca

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Ciclídeos africanos não são peixes particularmente apaixonados. As fêmeas despejam seus ovos em um canto quakquer, machos passam por lá para fertilizá-los, e é isso. Em seguida, as fêmeas recolhem os ovos de volta.
A futura mamãe fica excepcionalmente atenta durante as várias semanas de incubação, abstendo-se até mesmo de comer – isso porque, se abrir a boca, pode derrubar seus filhotes.
Os papais ciclídeos não são dos melhores. Pelo contrário, comerão sua prole se tiverem a chance. Mesmo que eles sobrevivam ao infanticídio aquático, os ciclídeos bebês são basicamente incompetentes e não teriam como se defender da vida no mar cruel. É por que isso que as mães criaram essa maneira de proteger sua prole: incubação bucal, de forma que seus filhotes peixes ficam na segurança relativa da sua boca. Nojento? Muito. Mas eficaz e um grande exemplo de dedicação materna.

2. Girafas sussurram entre si à noite


Girafas estão entre as criaturas mais taciturnas do mundo. Quase todos os animais têm pelo menos alguns sons ou vocalizações facilmente associadas, mas o que você faz quanto precisa imitar uma girafa?
Pesquisadores da Universidade de Viena queriam descobrir. Por isso, compilaram 947 horas de gravações em três zoológicos europeus a fim de descobrir que sons as girafas faziam – elas tinham que dizer alguma coisa, não é mesmo? Mesmo que em intervalos infrassônicos, como os elefantes, que estão fora do âmbito da audição humana.
Os cientistas ficaram animados quando notaram que girafas de fato produzem uma grande variedade de ruídos, durante toda a noite. Por exemplo, sussurram umas para as outras. O som é de baixa frequência (92 Hz), mas ainda audível aos ouvidos humanos, se você ouvir atentamente.

1. Camarões mantis são mais gentis uns com os outros


Com a capacidade de lançar os seus apêndices a velocidades absurdas, camarões mantis possuem o pior soco do reino animal. Como a maioria dos outros organismos, eles costumam lutar por território contra membros de sua própria espécie.
Se usassem força total nesses confrontos, a extinção seria um destino certo. Assim, esses animais aprenderam a ir mais leve uns com os outros. Em meio a disputas territoriais, eles oferecem sua retaguarda protegida como saco de pancada. Ambos os combatentes se concentram nessas áreas e evitam locais mais frágeis.
Eles também evitam conflitos intimidando um ao outro para uma “exibição de cores” (estilo o que acontece com pavões), mas isso raramente funciona – das 34 disputas observadas pelos pesquisadores, só uma não terminou em briga. [Listverse]