A gravidade não é uma força. Mesmo assim, ouvimos dizer que ela “puxa” de modo maciço as coisas para o solo.
Porém, como é possível uma influência que move e atrai objetos não ser considerada uma força? Isso porque a gravidade não “puxa”, ela “acelera”.
Ao contrário do que a linguagem utilizada pela física introdutória costuma dizer, para facilitação do aprendizado, a gravidade deforma o espaço-tempo, fazendo com que objetos sigam uma curvatura criada. Graças às teorias da relatividade de Albert Einstein, sabemos que a energia diz ao espaço-tempo como deve ser sua curvatura. Nesse caso, a massa é geralmente a parte mais importante da equação, ou seja, a energia que é a massa de um objeto curvado ao espaço-tempo. Assim, a massa dobra o espaço-tempo, e essas curvas ditam a mobilidade da energia. A gravidade seria a curvatura do espaço-tempo.
Assim como um carro percorre uma estrada cheia de curvas, objetos viajam por elas no espaço-tempo. E, assim como um carro acelera, objetos maciços criam curvas extremas no espaço-tempo, e a gravidade é capaz de acelerar corpos que entram (ou se aproximam) de poços de gravidade profundas. Tal caminho é chamado de “curva geodésica”.
O melhor exemplo para explicar a gravidade e sua capacidade de acelerar objetos são a Terra e a Lua. Nosso planeta é um objeto muito maciço quando comparado à Lua. Assim, a Terra provoca uma curva acentuada no espaço-tempo. A Lua orbita em torno de nosso planeta por conta das deformações no espaço-tempo que são causadas pela massa da Terra. Portanto, a Lua viaja pela curva sem sentir alguma força atuante. Não se trata de um impulso ou empuxo, e sim um caminho.
Você pode estar se perguntando, então, por que nem todos os asteroides e os meteoritos que passam próximos a nossa órbita são incorporados a ela? Esse caminho depende de muitos fatores, como velocidade, trajetória e a massa dos respectivos objetos envolvidos. Milhares de cometas e asteroides passam por nós sem serem capturados e arrastados para uma órbita particular, justamente por isso, ao mesmo tempo que tantos outros orbitam a Terra por um tempo. Tudo é relativo na relatividade.